março 16, 2011

CAÇADORES DE TESOUROS EM PICADA CAFÉ

Picada Café é um município do RS onde museu é muito mais que um lugar de exposição de objetos patrimoniais. Tem música na cafeteria do Museu do Açougue, Roda de Memória e Leituras na Mesa. Tem mais: professores da rede de ensino envolvidos com educação patrimonial; e, um desafio para os alunos, que estão à caça dos tesouros que formaram e formam o que é peculiar e próprio ao município. 

No oitavo ano do Programa Educação Patrimonial, "Caçadores de Tesouro" é o mote para os alunos. A temática está em aberto, e o objetivo da procura é encontrar objetos, documentos, imagens, pessoas e elementos da paisagem que captem a atenção dos estudantes por sua peculiaridade, beleza e raridade. As descobertas são então registradas em fotos e desenhos. Em um "Diário de Bordo", ficam documentados a expedição de "caça ao tesouro" e seus "achados".  

março 12, 2011

RES PUBLICA E O XIXI NO CARNAVAL

Palácio do Catete
Que tal começar um debate sobre a República discutindo a “perseguição”, pela Prefeitura do Rio de Janeiro, aos “mijões” do carnaval carioca? Como já sugeri antes: do espaço de pensamento muito concreto da experiência pessoal/ particular para o espaço de pensamento mais abstrato/ teórico dos conceitos.  
Questões: Se o espaço é público, eu posso usá-lo para fins exclusivamente pessoais, sem quê nem mais?
Exemplos: Para fazer xixi? Se “a praça é do povo”, eu posso dormir e morar, fazer xixi e cocô na praça?
O que significa então dizer que alguma coisa é “pública”? Quais os limites para o indivíduo no uso e fruição da propriedade [patrimônio] pública? Que diferenças e confluências pode haver entre “o que é meu” e “o que é nosso”?
Se você estiver interessado em desenvolver raciocínio de identificação de padrões e relações, peça a seus alunos que estabeleçam semelhanças e diferenças entre: educação pública x educação privada; saúde pública x saúde privada; empresa pública x empresa privada; funcionário e função públicos x funcionário e função privados, etc, etc.
Finalmente, como tarefa pós-debate, uma sugestão é pedir que os alunos pesquisem, em termos conceituais, o que, afinal, a ideia de “público” tem a ver com a ideia de “República”.
Claro, essas questões devem ser trabalhadas em aberto: sem respostas “certas” ou “erradas”. Há conceitos, ideias e valores em debate. Uma forma de conhecer o que os alunos pensam, aceitam e valorizam. De sua parte, você pode trazer a eles o que você e outras pessoas (incluindo os pensadores das ciências políticas e sociais) pensaram antes sobre essas questões – você é o intermediador entre o conhecimento e a experiência individual de seus alunos, os seus próprios conhecimento e experiência como professor, e o corpo do conhecimento social e acadêmico sobre o assunto.
Chamo a atenção ainda para uma parte da exposição do Museu da República que me parece excelente para ajudar os alunos a interpretar e trabalhar o conceito de república: a das “repúblicas que não deram certo” – movimentos sociais no Brasil que não se tornaram o “modelo republicano” para o país. Que movimentos foram esses e que ideias da “coisa pública” eles representaram?
Os alunos podem pesquisar e opinar sobre esses movimentos; comparar com o modelo de república que vingou em nosso país e, até mesmo, após essa pesquisa, criar, em grupos, “propostas republicanas”. Cada grupo posteriormente defenderá suas propostas em uma “campanha”, e pode ser organizada uma eleição para a escolha das melhores ideias entre aquelas apresentadas pelas diferentes propostas.

O que você acha dessas atividades? Que sugestões você acrescentaria?