abril 15, 2011

MAIS PICADA CAFÉ

Recebemos o novo Boletim de Notícias do Museu do Açougue. Entre elas, a de que as professoras Sandra da Luz (História) e Deise Schefler (Arte), da Escola 25 de Julho, lá em Picada Café, com os alunos da sexta série, no projeto dos "Caçadores de Tesouros", criaram a atividade "historiador(a) por um dia". Os alunos vão percorrer a comunidade como "historiadores", entrevistando os "tesouros humanos", pessoas que são fonte de informação e conhecimento da história do lugar, porque, meninos, eles estiveram lá, e viram, participaram, testemunharam. Os "historiadores" têm a função de "descobrir" essas pessoas e recolher depoimentos que informem sobre essa sabedoria que, de outra forma, poderia ser perdida.
Acho a atividade das mais estimulantes. Dessas através das quais aprendemos a pensar. O que vocês acham?

março 16, 2011

CAÇADORES DE TESOUROS EM PICADA CAFÉ

Picada Café é um município do RS onde museu é muito mais que um lugar de exposição de objetos patrimoniais. Tem música na cafeteria do Museu do Açougue, Roda de Memória e Leituras na Mesa. Tem mais: professores da rede de ensino envolvidos com educação patrimonial; e, um desafio para os alunos, que estão à caça dos tesouros que formaram e formam o que é peculiar e próprio ao município. 

No oitavo ano do Programa Educação Patrimonial, "Caçadores de Tesouro" é o mote para os alunos. A temática está em aberto, e o objetivo da procura é encontrar objetos, documentos, imagens, pessoas e elementos da paisagem que captem a atenção dos estudantes por sua peculiaridade, beleza e raridade. As descobertas são então registradas em fotos e desenhos. Em um "Diário de Bordo", ficam documentados a expedição de "caça ao tesouro" e seus "achados".  

março 12, 2011

RES PUBLICA E O XIXI NO CARNAVAL

Palácio do Catete
Que tal começar um debate sobre a República discutindo a “perseguição”, pela Prefeitura do Rio de Janeiro, aos “mijões” do carnaval carioca? Como já sugeri antes: do espaço de pensamento muito concreto da experiência pessoal/ particular para o espaço de pensamento mais abstrato/ teórico dos conceitos.  
Questões: Se o espaço é público, eu posso usá-lo para fins exclusivamente pessoais, sem quê nem mais?
Exemplos: Para fazer xixi? Se “a praça é do povo”, eu posso dormir e morar, fazer xixi e cocô na praça?
O que significa então dizer que alguma coisa é “pública”? Quais os limites para o indivíduo no uso e fruição da propriedade [patrimônio] pública? Que diferenças e confluências pode haver entre “o que é meu” e “o que é nosso”?
Se você estiver interessado em desenvolver raciocínio de identificação de padrões e relações, peça a seus alunos que estabeleçam semelhanças e diferenças entre: educação pública x educação privada; saúde pública x saúde privada; empresa pública x empresa privada; funcionário e função públicos x funcionário e função privados, etc, etc.
Finalmente, como tarefa pós-debate, uma sugestão é pedir que os alunos pesquisem, em termos conceituais, o que, afinal, a ideia de “público” tem a ver com a ideia de “República”.
Claro, essas questões devem ser trabalhadas em aberto: sem respostas “certas” ou “erradas”. Há conceitos, ideias e valores em debate. Uma forma de conhecer o que os alunos pensam, aceitam e valorizam. De sua parte, você pode trazer a eles o que você e outras pessoas (incluindo os pensadores das ciências políticas e sociais) pensaram antes sobre essas questões – você é o intermediador entre o conhecimento e a experiência individual de seus alunos, os seus próprios conhecimento e experiência como professor, e o corpo do conhecimento social e acadêmico sobre o assunto.
Chamo a atenção ainda para uma parte da exposição do Museu da República que me parece excelente para ajudar os alunos a interpretar e trabalhar o conceito de república: a das “repúblicas que não deram certo” – movimentos sociais no Brasil que não se tornaram o “modelo republicano” para o país. Que movimentos foram esses e que ideias da “coisa pública” eles representaram?
Os alunos podem pesquisar e opinar sobre esses movimentos; comparar com o modelo de república que vingou em nosso país e, até mesmo, após essa pesquisa, criar, em grupos, “propostas republicanas”. Cada grupo posteriormente defenderá suas propostas em uma “campanha”, e pode ser organizada uma eleição para a escolha das melhores ideias entre aquelas apresentadas pelas diferentes propostas.

O que você acha dessas atividades? Que sugestões você acrescentaria?

janeiro 15, 2011

Desfile de modas no Ecomuseu da Serra de Ouro Preto - Morro São Sebastião
Desfile - Natal no Morro de S.Sebastião - O.Preto
  O Que a Canadá Tem a Ver Com o Brasil?

Você sabia que intelectuais brasileiros apreciavam e frequentavam desfiles de moda e concursos de Miss Brasil? Sabe quem foi Ibrahim Sued? Já ouviu falar em Ilka Soares, Adalgisa Colombo, Vera Barreto Leite? Conhece o lema do governo JK? O nome “Casa Canadá” lhe diz alguma coisa? Quer saber o que as respostas a essas perguntas têm a ver com você?

O Arte SESC (Rua Marquês de Abrantes 99, juntinho à estação Flamengo do metrô) está abrigando uma bonita exposição, que Yára e eu (Ione) visitamos. Interessante viagem na relação entre as vestimentas e os aspectos sociais e de poder, nas décadas de 1930 a 1960, no Brasil, mais especificamente na então capital da República, o nosso Rio de Janeiro. O mote é a “Casa Canadá”, que ditou moda por aqui nesse período. Há muitas maneiras de utilizar o tema da exposição em sala de aula. A moda é assunto que pode render bons debates. 

Sugestão de atividades ("abracaldabra") para despertar o interesse de seus alunos e preparar-lhes o espírito para as possibilidades que a exposição pode proporcionar.

Passo 1 – PESQUISANDO SIGNIFICADOS: conexão individual com o tema. Um papo informal para levantar o que cada um pensa sobre moda, inclusive você, professor. Você acompanha as tendências do momento? Quem escolhe as roupas que você usa? Quais os critérios com que são escolhidas? Você acha que a sua maneira de vestir tem a ver com quem você é? De que modo? Que peças do seu vestuário são mais representativas de quem você é, na sua opinião? Que características das suas roupas melhor representam o seu gosto pessoal ao vestir-se: cor, tecido, modelos, etc? Você se acha elegante? O que é “ser elegante” para você? Você acha importante ser “elegante”? Por que sim? Por que não? Etceteras.

Passo 2 – PESQUISANDO SENTIDOS: conexão sócio-cultural com o tema, do particular para o geral. Papos; pesquisas; organização de exposições com roupas, fotos, vídeos, e o que mais estiver à mão; desfiles; entrevistas e depoimentos; apresentação de relatórios; publicação de um “jornal de classe”, e o que mais a sua imaginação e a de seus alunos sugerir. Perguntas possíveis:

2.1.1 – Sua maneira de vestir é absolutamente pessoal, ou você segue as tendências da sua “tribo”? O que é mais característico na moda da sua “tribo”? O que a moda da sua “tribo” comunica/ informa a respeito de quem vocês são? Pessoas de outras tribos entendem essa comunicação, ou não? Você percebe a existência de modos de vestir em outras “tribos” e/ou grupos profissionais e/ou faixas etárias, etc? O que esses outros grupos comunicam a você a respeito de quem são, através do que vestem? Que aspectos do modo como se vestem dão a você essa informação? Quem cria suas roupas? Onde você as adquire?  _ Neste passo, o tema já possibilita envolver outras pessoas, principalmente se no bairro, ou na comunidade, ou na família de alguém houver uma pessoa que trabalhe com costura ou com design de moda; a realização de uma exposição de trajes, próprios e/ou de familiares e/ou de criadores e costureiras das comunidades onde vivem, ou das famílias, é um pouco mais trabalhosa, mas rende frutos; se você dispuser de máquinas fotográficas ou de filmadoras, já podem ir pensando em uma exposição sobre a “moda do bairro”, ou a “moda da tribo"; etceteras.
2.1.2 – Funções socioeconômicas da moda – A quantos e quais setores econômicos a moda está ligada? A moda gera empregos? Você conhece alguém cujo trabalho e renda dependa, direta ou indiretamente, da moda? A moda é atividade criativa? Você conhece alguém que crie moda? Qual a importância que você atribui, social e economicamente, à moda? _ Este passo pode envolver pesquisas, com levantamento e interpretação de estatísticas, preparação e apresentação de gráficos, entrevistas, etceteras.
2.1.3 – A História nas décadas que a exposição cobre – O que estava acontecendo de mais importante no Brasil e no mundo nesse período? _ Quem sabe é possível uma pesquisa, nos limites do interesse dos alunos e, sugiro, envolvendo textos de jornais e revistas da época? Proponha aspectos gerais, políticos, sociais, culturais, e particulares, como o comportamento da juventude e sua expressão através dos modos de vestir; quem eram os criadores que “mandavam” na moda – havia brasileiros entre eles?; quem tinha acesso aos produtos da “Casa Canadá”? [Um dado interessante que eu observei foi na listagem de “patronesses” de um evento de moda, exposta nesta mostra: todas as “patronesses” aparecem como “Sra” fulano de tal, de modo que é possível conhecer os nomes de todos os maridos, mas não se tem a menor ideia de como as próprias senhoras se chamavam – para mim, um ótimo dado para um papo sobre uma época, historicamente assim nem tão distante.]  

Passo 3 – A visita à exposição. [No caso desta, em particular, há várias moças bonitas e simpáticas à disposição dos visitantes, preparadas para dar informações.]

Passo 4 – Fechamento do tema. Uma conversa sobre a visita e sobre como cada um se coloca agora em relação ao tema. Ou a redação de depoimentos, que podem ser reunidos em um “jornal de classe” [pense nesta última possibilidade, se lhe agradar, desde o início, para não perder material interessante]. Ou quem sabe um grande evento, como um desfile de modas ou uma exposição sobre as tendências da moda local? Etceteras.              

janeiro 13, 2011

 A Companhia das Letras mantém em seu site duas páginas com sugestões de atividades para professores. A Sala do Professor objetiva informar os educadores sobre os livros publicados pela editora, com sugestões sobre como podem ser usados em atividades em sala de aula. O Cadernos de Leituras reúne artigos sobre práticas pedagógicas ligadas à literatura em geral, à leitura e à formação de leitores. Confiram.